JULIANO ANDRÉ ROMITTI FLECK

Thursday, March 30, 2006

Onde Estão?

Juventude...
Para onde foi aquele olhar que tremia os canhões
Aqueles jovens que moviam e comoviam multidões
Aquela força de cantar, sonhar e ousar
Aquele brilho que iluminava o luar
No mesmo compasso cantavam sonhos de amor
Um mundo novo de esperança, sem temor
Sonhos de criança, sonho-pandorga voador
Construtores da Civilização do Amor
Corações que aqueciam o Sol
Olhares cheios de lágrimas-estrelas
Emoções de um amor bem maior
Vencendo medos e quebrando fronteiras
Onde estão? Onde foram?
Estão alienados? Acomodados?
Não?
Então, onde estão?

Juliano André Romitti Fleck

Pra não dizer que não falei de Juventude

Onde foram os jovens que enfrentam canhões?
Onde foi a música que arrastou multidões?
Onde foi o sonho de o mundo mudar?
Será que todos eles pararam de sonhar?
Tinham tantos sonhos, muito brilho no olhar
Não tinham medo de a vida entregar
Em todas as partes estavam aos milhões
Era nas escolas, campos, construções...
Quem roubou o sonho e a esperança?
Quem matou a verdade de nossas crianças?
Quem usou da mídia pra enganar?
Quem te contou que os jovens pararam de lutar?
Onde foram os jovens que pintaram a cara?
Onde estão aqueles que provaram o pau de arara?
Onde foi aquele grito forte de tanta dor?
Não podemos parar, gritem por favor!
Falta muita luta, muita busca, muita dor
Ainda não estamos vivendo...
Ainda não estamos vivendo...
Ainda não estamos vivendo...
Na civilização do amor...

(Juliano André Romitti Fleck - Ijuí - RS)

Tuesday, March 28, 2006

Quem tem medo das CEB’s?

“CEB’s: Jeito novo de ser Igreja”

Estamos às vésperas de mais um Seminário das Comunidades Eclesiais de Bases (CEB’s) de nossa Diocese de Cruz Alta (será no dia 09 de Abril, na comunidade Nossa Senhora da Salete, no bairro Industrial em Ijuí), encontro que vai nos preparar para participar de nosso 11º Encontro Estadual de CEB’s (nos dias 01 a 04 de junho, em Canoas, com o tema: “Desvelando as raízes da Espiritualidade” e o lema: “Sepé Tiarajú ressuscita de novo nas lutas do povo”) que tem por objetivo fazer com que nossas comunidades voltem-se para uma espiritualidade mais encarnada, engajada e comprometida com o povo mais pobre de nossa sociedade. Também queremos refletir como estão e contribuir para com a reorganizar as nossas comunidades em todas as nossas dioceses do Estado, pois percebemos como, ainda hoje, existem pessoas que não conhecem a proposta das CEB’s e não sabem o que são as Comunidade Eclesiais de Bases. Aqui colocamos algumas explicações.

CEB’s (Comunidades Eclesiais de Bases) são:
COMUNIDADES – No Brasil são mais de 160 mil as pequenas comunidades. Reúnem, normalmente, os que vivem próximos, pessoas que se conhecem pelo nome, partilham suas vidas e seus problemas, põem em comum seus bens e esforços, e lutam juntos na defesa da vida.
ECLESIAIS – São pequenas células de um corpo maior, a Igreja. Tem o Reino de Deus como fundamento e sua justificativa de existirem. Têm consciência de que não são toda a Igreja. São parte de um todo maior. O eixo em torno do qual giram é a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é o coração das CEB’s. São um jeito original de a Igreja ser o ideal de Jesus.
BASES – Que significa povo, preferencialmente pobre, excluído, aquele que Jesus chamou de “pequeninos” (Mt 10, 42; 11, 25 – Lc 10, 21; 17, 2). Mas será que as CEB’s são só dos pobres ou só para os pobres? De “BASE” não se confunde com “pobres” ou “popular”, como se as comunidades eclesiais de base, por serem populares, só existiriam nas zonas rurais, periferias e bairros pobres. De fato, lá elas existem, porque é lá que se encontram pessoas com a vida de comunidade.
Se pessoas ricas ou de classe média não formam CEB’s, é devido a seu individualismo, inclusive individualismo religioso. O modelo das CEB’s é suficientemente amplo para conter todas as pessoas que, devido a sua fé num Deus-Comunidade queiram expressá-la numa comunidade eclesial. Puebla (nº 648) já falava no surgimento de CEB’s de classe média “adaptando à pastoral das grandes cidades” e já se concretizam em alguns locais do Brasil e são um fato no 1º mundo (Itália, França, Alemanha).

CEB’s é portanto, a menor parcela do povo de Deus onde há:
a) a experiência das relações interpessoais da fé;
b) o aprofundamento da Palavra de Deus;
c) a participação na Eucaristia;
d) a comunhão com os pastores da Igrejas;
e) o compromisso com a JUSTIÇA (cf DP 640; At 2, 42).

Estamos aí, somos CEB’s! Estamos vivas e dando novos frutos a cada dia...
Mas, voltamos à pergunta inicial: “quem tem medo das Comunidades Eclesiais de Bases (da verdadeira Igreja Popular, expressão do Povo de Deus)?” Digamos numa palavra e com toda a sinceridade: Todos/as aqueles/as que temos dificuldade em deixar nosso pedestal e em nos colocar à escuta humilde da voz dos historicamente sem voz pelos quais nos chegam hoje as grandes interrogações da consciência e a chance de conversão, vale dizer, de um encontro com o Servo Sofredor cuja Paixão se atualiza na paixão dos sofredores de nosso povo. A experiência das CEB’s nos leva a Ora/Ação e por isso as Comunidades de Base amedrontam aqueles que querem o povo “agalinhado”, sem acesso a informação, formação, educação de qualidade, organizado e principalmente que tenha uma religião que os liberta, que os leva ao amadurecimento de sua fé, para que não possam mais condicionar os seres humanos a meros consumidores (inclusive de uma igreja mercadológica que vem se instalando nos dias de hoje) e controlá-los como massa alienada. As CEB’s querem os Bispos, padres e todos/as sem distinção, encarregados da unidade e da inteligência da fé. Mas elas obrigam renunciar a todo autoritarismo, a toda prepotência e dominação pela verdade. Devolvem-nos os sentidos de Fraternidade, de Comunhão, de simplicidade e de mútuo aprendizado.

Por isso, convidamos a todos/as para fazerem a experiência e participarem das Comunidades Eclesiais de Base – CEB’s – que existem em seu bairro ou na paróquia mais próxima de você!

Juliano André Romitti Fleck
Militante de Pastorais e Movimentos Sociais

Saturday, March 25, 2006

Juventude e Paz

(Juliano Fleck)

Senta aqui junto comigo
Jovem, vamos conversar
Eu preciso de um amigo
Que queira este mundo mudar

Quero te falar da vida
Quero te falar do amor
Quero que leve a palavra
Sempre onde você for

Quero te falar do sonho
Outro mundo te propor
Quero que construa comigo
A Civilização do Amor

Jovem, está nas tuas mãos
Fazer este mundo de Paz
Um mundo onde todos são irmãos
Pois deste jeito não dá mais

Tanta guerra, tanta fome
Tanta destruição
Cadê o coração do homem?
Cadê a partilha do pão?

Quero te falar do sonho
Outro mundo te propor
Quero que construa comigo
A Civilização do Amor

Vinde e Vede

(Juliano André Romitti Fleck)

Vinde juventude, e vede o que te espera aqui fora, fora do conforto de tua casa, de teu carro do ano, do teu templo alienante.
Aqui fora a vida é amarga como fel, tem anjinhos morrendo de fome e frio e não anjinhos dourados voando no céu.
Até quando vamos ficar só falando em “lançar redes em águas mais profundas”, em ser missionários, em ser evangelizadores, em ser protagonistas de uma nova história se não queremos olhar para a realidade, sentir seu cheiro e estar junto a estas dores?
Opção preferencial pelos pobres? Pelos Jovens?
Gostaria muito de ficar calado e de nada falar...
Mas conheci através de uns poucos padres profetas um outro Jesus Cristo que me faz ir ao encontro de quem precisa, ver a sua realidade, sentar no chão batido e frio de suas casas e com eles anunciar o evangelho denunciando o sistema que os faz sofrer.
Não quero ocupar o lugar que seria dos pastores, padres, irmãs e políticos.
Mas onde eles estão?
Eu quero apenas servir...

Ó Deus Pai e Mãe, te peço, que a juventude possa se libertar da pior droga que existe hoje no mundo... A alienação
Que a juventude possa olhar a sua realidade com olhos bem abertos, ouvir o clamor dos jovens que sofrem, sentir o cheiro da sua miséria e com mãos fortes e pés bem firmes (no chão e não nas nuvens) construir junto aos jovens excluídos, marginalizados e prostituídos (desta sociedade que os consome) uma nova terra e um novo céu, uma civilização do amor...
Que nós que temos uma formação universitária, uma teologia, uma filosofia, que nós possamos usar nossa capacidade para despertar em tantos e tantas jovens um olhar mais comprometido com a realidade.

JOVEM!

Levante teu olhar a um/a Deus/a que é Pai e Mãe e não a um sistema que oprime, te consome, te usa e ainda diz que não “está nem ai” para você.

Venha, Veja que existem jovens que precisam de ti!


A Pastoral da Juventude te espera pra esta luta...

Este texto ainda não esta pronto
Ainda tem muito o que escrever aqui...
Acrescente o que quiser...

PAI/MÃE NOSSO/A

Juliano André Romitti Fleck

Pai/Mãe que estás conosco na caminhada
Santificado/a é teu nome
Venha a todos e a todas teu Reino de Amor e Paz
Seja feita a tua vontade através de nós
Assim na terra com será no “céu”
O pão de cada dia dá-nos para que possamos dividir com os que não tem
A água tão preciosa dá-nos para que possa-mos saciar a nossa sede de vida
Perdoa-nos dos pecados se perdoarmos os nossos devedores
E não nos deixe cair pelas dividas externas que este sistema de morte nos impõe
Que não caiamos na tentação do ter
Por que é teu este Reino onde o ser vale mais
E a glória do teu povo para todo o sempre

Amém, Axé, Auerê, Uai, Aleluia, Tchê!

Mãe Maria Morena

Juliano Fleck

Mãe Maria Morena
Jovem como tantas jovens
Menina que muito cedo teve que se tornar mulher forte e valente
Que enfrentou todos os preconceitos
Como tantas meninas, como tantos jovens hoje enfrentam.
Escolhida para gerar em seu ventre o Jesus da Nazaré
Assim como nós jovens, escolhidos para sermos os novos geradores do teu reino de amor e paz entre tantos outros jovens.
Nos colocando ao lado de jovens excluídos, explorados, empobrecidos
Que sonham poder ser apenas jovens respeitados em sua diversidade.
Jovens filhos e filhas de um/a único/a e mesmo/a Deus/a
Um/a Deus/a de puro amor
Paizinho e Mãezinha
Deus/a se fazendo carne em Jesus
Jesus se fazendo jovem no meio dos jovens
Colocando-se ao lado dos pobres como um deles
Nós jovens nos fazendo evangelizadores com e para os outros jovens, sendo hoje o Cristo que vem anunciar e denunciar a exploração de nossos dias.
Maria Mãe Morena
Dai-nos tua força e coragem para sermos protagonistas da história do reino de Deus aqui na terra.

Amém!

OUSAMOS OLHAR PARA FRENTE

Ousamos olhar para frente
Sem medo de o mundo mudar
Ousamos convocar toda gente
Para com muita luta nos libertar

Vivemos um contexto social
De dor, fome, violência e exclusão
Vivemos um contexto eclesial
De fundamentalismo e alienação

Vamos sendo arrastados por ondas
Ondas de net, rádio e TV
Ondas que um dia vão passar
Mas que estão enganando você

No meio político partidário
No meio social e eclesial
Vão construindo um imaginário
Que tudo isso é normal

A juventude quer viver!
Liberta destas mentiras
Nesta lei de matar ou morrer
Vão nos colocando armadilhas

Capitalismo e fundamentalismo
Alienação e emoção
Clericalismo e poder
Vão destruindo o coração

Vamos gritar para o mundo
Nosso silencio de dor
Vão extinguir o mundo
Basta por favor


Juliano Fleck, Elen Linth e Alan Alves

A MINHA IGREJA

Queridos amigos e amigas, onde quer que hoje estejam...

Nesta poesia, vou lhes falar da minha Igreja

A minha não é igual a sua
Ela não era para ser assim
Ela não é como eu quero
Mas como Jesus ensinou pra mim

A minha Igreja não tem parede
É aberta a todos que queiram matar sua sede
Ela não tem torre e nem sino
Ela é da altura de qualquer mulher ou menino
Não tem estrelas no teto, nem céu, nem lua...
As imagens são as da nossa realidade, são as de nossa rua...
Não tem sacrário, luzinha vermelha, nem altar
O Jesus Cristo é vivo e visto no nosso olhar
Não tem sacerdotes vestidos de luz
Mas jovens, adultos e idosos que celebram a vida e não tem medo da morte na cruz
Não temos prata, ouro, celular ou carros do ano
Vivemos na partilha do que temos e do que somos
Não reunimos multidões
Mas quem participa são pessoas conscientes e sabem quem é o Deus de Jesus
Não temos medo de olhar pra frente e assumir hoje a nossa cruz
A Bíblia, com varias traduções, é a mesma
Só, a de vocês é interpretada e lida e a nossa é vivida...
Aquilo que o Cristo nos anuncia e denuncia
Vivemos no dia-a-dia
Os mesmos sacerdotes que por inveja condenaram a morte o Jesus
Hoje nos condenam, julgam, criticam e nos pregam na “cruz”
Na minha Igreja para você fazer parte basta se pobre e ter sonhos de criança
Na sua, tem que ter carro do ano e viver dentro do mundo da ganância

Juliano André Romitti Fleck

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